sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

O jogo pelo jogo vai sempre sorrir a quem o promove






















No futebol não existem milagres.

Existe competência, rigor, trabalho, ambição e coragem.

Não é pelo adversário ser mais forte, ter mais armas ou ser um candidato ao título que devemos deixar de querer jogar, de condicionar. 

O Belenenses não ganhou - que não espantou ninguém - mas o Sporting teve que «lutar» bastante para que isso acontecesse porque este Belém tem personalidade! Muita personalidade. E isso vale muito mais do que muitos pensam.

Com este comportamento vão, seguramente, mais longe do que aqueles que jogam baixos, a perder tempo e a bater na frente.

sábado, 17 de dezembro de 2016

Pedro Rodrigues - «Pêpê»


























Pedro Filipe Figueiredo Rodrigues ou só Pedro Rodrigues, chamam-lhe «Pêpê». Tem 19 anos (nasceu a 20-Maio-1997) e é médio-defensivo do Benfica «B». Português e que veste a 88 encarnada, mede 1,83m e pesa 75 kg. 

Para o futebol nasceu no Ferreira de Aves até saltar para o Benfica então para os Sub-13, desde aí passou por todos os escalões da formação benfiquista e hoje assume-se como número 6 da segunda equipa. 

O Pedro é um craque. Não sprinta como um velocista, não acelera como muitos pedem, é um lento. Apesar do seu metro e oitenta e três não é um jogador dado a duelos físicos, não é um jogador agressivo sem bola e isso retira-lhe alguma da projecção que poderia ter. Mas é, acima de tudo, inteligente. Culto. Não é um criativo mas imagina os passes de rutura como poucos, tem confiança e é um jogador concentrado e consistente. Calmo e imperturbável.

Com bola é uma delicia vê-lo jogar. Cabeça levantada, facilidade de jogar com ambos os pés - melhor o direito! - mas sobretudo joga com a cabeça. Com o cérebro. Qualidade de passe - curto, médio e em rutura -, dono de uma visão de jogo sublime aporta a qualquer equipa uma melhoria inacreditável na tomada de decisão. Sem bola, como 6, garante linhas de passe nas costas da 1ª linha quando é necessário, garante segurança quando é necessário. Equilibra, cobre e mesmo assim joga muito. Prefere decidir rápido (e bem) do que andar muito tempo a tocar na bola, normalmente solta a 2-4 toques preparando tudo ainda antes de a receber. Não conduz solto, nem dribla como um desequilibrador mas protege bem a bola e é assertivo quando tem espaço e identifica que não há perigo. Médio-defensivo de perfil construtivo mas com capacidade para desequilibrar no último terço utilizando a sua enorme capacidade de passe - acima referida - mas aliando também uma muito boa capacidade de cruzamento - sendo uma clara mais-valia na cobrança de bolas paradas ofensivas.

Atrás destaca-se pelo posicionamento e pela marcação, compreende todos os passos que dá em campo, posiciona-se mais atrás quando os dois MC's jogam lado-a-lado, sobe para a linha média quando um deles salta na pressão - dentro do esquema de 4-3-3 que desenha a equipa B encarnada. Não o vão ver a desarmar como um polvo, intercepta melhor do que desarma - mais forte a desarmar quando o adversário está de costas e ataca pelo lado cego, praticamente não usa o carrinho. Fica claramente marcado neste momento por um défice de agressividade que lhe retira alguma firmeza neste momento e que fica patente nos lances de 1x1 - posiciona-se bem, na contenção e no encurtamento mas não é um jogador pressionante e dificil de ultrapassar, não mete o pé, não tenta roubar. Praticamente não antecipa. Se melhorar os níveis de agressividade está aqui mais um «6» português de classe.

Acredito que pode evoluir como um jogador para jogar num duplo-pivô com um companheiro um pouco mais físico e menos evoluído tecnicamente que ajude a destruir.

Numa equipa onde brilha João Carvalho, é «Pêpê» que prepara tudo.



quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Organização Ofensiva do San Lorenzo






















Análise ao San Lorenzo no jogo com o Boca Juniors da Primera Division da Argentina, no dia 27-Novembro-2016 visto a partir da transmissão da SPORT TV3 ás 21h:30m hora de Lisboa jogado no Estádio Pedro Bidegaín, em Buenos Aires.


Estruturada em 4-3-3 com um triângulo tripartido (1+1+1) que a movimentação sem bola de Ortigoza muitas vezes aproxima de um 4-2-3-1 (sobretudo na fase inicial da construção). Apostam num jogo curto mas não se pode afirmar que são uma equipa de posse até porque preferem um jogo mais veloz, explorando não raras vezes a profundidade – sobretudo na fase de criação. Jogo rápido e profundo, com «campo grande» e boa utilização dos 3 corredores (apesar de usarem mais o corredor central para construir, utilizam mais o corredor exterior para criar, sendo que é por dentro que são mais fortes sobretudo pela qualidade de visão de jogo e tomada de decisão de Belluschi). Sem problemas em esticar o jogo na frente e apostar num jogo de bolas longas, sobretudo quando são pressionados atrás. Torrinco não tem grande facilidade no jogo com os pés, ambos os DC’s não são jogadores de carater construtivo pelo que tomam decisões simples, Más é mais ofensivo que Díaz pelo que Blanco tem mais facilidade/liberdade em surgir em espaços interiores, apresentando também uma melhor combinação entre DL e EXT no corredor esquerdo. No miolo destaque para a diversificação de papéis: Mussis é o médio mais equilibrador, de cobertura enquanto que Ortigoza é quem está mais destinado a realizar a ligação interior entre a defesa e o ataque+Belluschi. Por outro lado, Fernando Belluschi é muito mais influente no espaço de criação do que propriamente na etapa de construção (Ss MI’s – Belluschi e Ortigoza – tem tendência para cair nos corredores laterais: o 1º em troca posicional com o EXT e o 2º mais quando existe espaço entre setores do adversário e também entre DL e DC)! Caute é mais vertical em relação a Blanco, também por jogar com o pé trocado tem maior tendência para procurar espaço interior e Blandi tem facilidade em atacar as costas, servir como referência na área e, de forma menos constante, conferir e servir de apoio para tabela.



































Na 1º fase de construção é o momento onde utilizam bolas longas, sendo que é por Torrico a maior parte das vezes – quase exclusivamente – procurando o corredor direito (Caute) ou o corredor central (Blandi), sempre para duelos. Os DC’s, como já referido, não são jogadores de grande potencial técnico nem de perfil construtivo pelo que acabam quase sempre por tomar decisões simples e de risco baixo. Ortigoza é quase sempre a referência na criação de linhas de passe e na recepção, caindo na 1ª linha quando não encontra espaço entre setores para receber, sendo que também procuram os DL’s e Mussis – menos vezes este – e pressionados entregam em Torrico. Esta fase melhora claramente com  a inclusão de Ortigoza na 1ª linha ou quando consegue encontrar espaço para receber.






















Na 2ª fase em espaço interior, mais uma vez Ortigoza assume-se como protagonista com bola e procuram formar várias linhas de passe dentro e fora, sendo que o movimento interior dos EXT’s (sobretudo Blanco) mas também de Blandi/Belluschi entre linhas merecem uma chamada de atenção mas também a progressão dos DL’s que diria é a decisão mais tomada (também podem variar largo para um corredor onde está um jogador aberto – não necessariamente o DL). Mussis é menos influente nesta fase mas tem alguma qualidade, arriscando menos que Ortigoza também não complica e procura entregar de forma simples quer no companheiro mais próximo de miolo (Ortigoza) quer procurando os corredores laterais (DL’s + EXT’s). 






















No espaço exterior os DL’s projetam em condução quando podem – ver 2ª imagem – tanto por dentro como por fora existindo sempre linhas de passe tanto dentro como fora – se tiver procurado o espaço interior. Boa ocupação do espaço intersectorial – nos vários setores. Destaque para o posicionamento exterior dos EXT’s que convidam o DL a ligar por fora ou a procurar conduzir para dentro, mas também para o posicionamento interior dos EXT’s que convida a uma ligação entrelinhas ou uma condução exterior. Atenção a cruzamentos de zonas atrasadas e aos consequentes movimentos à profundidade.























Na fase de criação por dentro – momento de melhor capacidade decisional – colocam dois apoios à largura + profundidade com Blandi sempre em espaço frontal (pode romper ou dar apoio de costas para a baliza). Optam quase sempre por provocar os jogadores mais abertos (como no lance do golo, 2ª imagem). Muito perigosos a colocar no espaço e a rematar ao 2º poste em efeito. Procuram profundidade e podem colocar mais um jogador também a criar rutura.






















Por fora não são tão fortes, procurando especialmente a zona do AC, não existindo um padrão comportamental bem definido sugerem uma ocupação numerosa mas nem sempre racional, destacando a agressividade que colocam nos movimentos e a acutilância com que atacam o espaço entre DEF e GR sobretudo explorando bem o 2º poste (Blandi tem tendência para cair lá). 

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Missão: «Incendiar» Copenhaga






















Amanhã quando o Porto entrar no Telia Parken, em Copenhaga, enfrentará o seu maior rival na qualificação para a fase seguinte da Champions e em caso de vitória garantirá o apuramento e levará para o Dragão a decisão da liderança do grupo como o campeão inglês Leicester. Ganhar na Dinamarca significa ultrapassar o momento mais conturbado da época, após a eliminação da Taça e aquele golo de Lisandro na última jornada da Liga.

A FIGURA DO COPENHAGA























Thomas Delaney, médio-centro, camisola 8 e capitão de equipa, já tem contrato assinado com o Werder Bremen da Alemanha. Apesar de estar enquadrado numa equipa que privilegia o jogo exterior – como veremos mais à frente – é ele a figura maior da equipa. Dinamarquês de 1,82m e 25 anos, já por 14 vezes internacional AA pelo seu país, revela um enorme sentido coletivo, uma excelente capacidade para reagir à perda da bola – peça-chave neste momento do jogo -, grande sentido posicional e rigor táctico que alia a uma excelente capacidade de passe (curto e médio), a uma enorme astúcia nos movimentos sem bola e sobretudo a um excelente critério decisional onde também impõe uma forte – no sentido qualitativo – meia-distância. Absolutamente preponderante na manobra ofensiva, tem 25 jogos esta época, 8 golos e 4 assistências.

COMO ATACAM





















Estruturados num 4-4-2 pouco dado a trocas posicionais e de grande preponderância do jogo exterior, não são muito dados a bolas longas na 1ª fase optando quase sempre por um jogo lateralizado, desde logo com grande orientação para os LAT’s e para os ML’s – que também auxiliam na criação de jogo interior procurando movimentos interessantes entre linhas, juntamente com Delaney. Optam quase sempre por manter esse jogo exterior até ao fim, rápidos e acutilantes por fora, são muito fortes no jogo para cruzamentos destacando-se a enorme capacidade no surgimento de um dos AC’s ao 2º poste mas também nos movimentos de rutura que o ML do lado da bola executa no espaço entre DC e DL. De alertar para a importância de condicionar as segundas-bolas e os lances de meia-distância. Apresentam um paupérrimo jogo posicional sobretudo quando se aproximam da área rival, onde são muitas vezes apanhados descompensados. Nos momentos de transição é quando jogam de forma mais nórdica, apostando sem problemas em «long balls» para o espaço onde Cornelius – sobretudo – é absolutamente agressivo e rápido. São altamente objectivos procurando atacar de imediato.

COMO DEFENDEM






















Estruturados num 4-4-2 tradicional de forte compactação defensiva verticalmente mas por vezes amplo horizontalmente fruto de alguma tendência dos DL’s – sobretudo – em vigiar mais de perto o movimento dos ML’s contrários. Defendem zonalmente com grande aplicação por parte dos ML’s – preponderantes a fechar por dentro a 2ª linha (!) – e também dos AC’s quase sempre próximos da linha média auxiliando no processo de construção a fechar o espaço interior tentando cortar as linhas de passe para o(s) médio(s). Destacar a tendência para marcar individualmente o AC nos lances de cruzamento e a descoordenação da última linha na fase de criação por dentro – procuram quase sempre ter a última linha «alinhada». Nos momentos de reação à perda, destacar o importante papel dos médios, sobretudo Delaney no encurtamento mas, sobretudo, a dificuldade que uma recuperação em zonas recuadas aporta fruto do jogo posicional paupérrimo acima referido, expondo muitas vezes 2 a 3 elementos, sendo que com Kvist ele auxilia no «pressing» mas depois de ultrapassado é uma auto-estrada, ainda que tenham nos DL’s e em Delaney facilidade de recuperação posicional. 

BOLAS PARADAS
Ofensivamente destacam-se os lances laterais onde revelam uma maior tendência na procura do espaço central e do 2º poste nos cantos – zona onde devem «cair» os avançados – e na procura do 1º poste nos livres laterais. Especial atenção a Augustinsson e Ankersen nos livres diretos. Defensivamente, destacar as marcações mistas nos cantos com predominância individual destacando-se a zona do 2º poste, sendo que os elementos zonais estão encarregues de atacar a bola e os individuais são altamente agressivos e «focados» nos duelos, sendo que nem um canto curto lhes retira o foco – sobem os zonais, as marcações individuais mantém-se até ao final da jogada.


*Relatório de observação do Copenhaga x Leicester para ver na íntegra em: http://wicoach.net/?st=reviews&id=136

sábado, 12 de novembro de 2016

O SuperClássico das Américas 2016





















A Argentina encontrou um Brasil agressivo e compacto a defender por dentro, que limitou o espaço de ação para Messi e por conseguinte anulou uma equipa inócua sem Léo, com um miolo preso atrás (Biglia e Mascherano), com Di María aberto e sem grande espaço para criar perigo, poucas/quase nenhumas hipóteses no 1x1 contra Dani Alves, enquanto que Enzo – perdido no corredor, foi absolutamente inexistente, sendo que apenas uma fugaz entrada em espaço interior (curiosamente no mesmo lance Di Maria também surge dentro e a Argentina consegue colocar o 1º em zona de finalização) o fez aparecer no jogo realmente e nem esse lance fez Bauza retirá-lo da faixa para dentro, antes tirou-o do campo mantendo a tração atrás no miolo sem capacidade de construção. Por outro lado, quer Higuain, quer Agüero não foram eficientes, tão pouco eficazes nos movimentos à profundidade – permanentemente apanhados em situações de fora-de-jogo.
Messi foi sempre «apertado» por dois: quer em zonas mais avançadas quando procurava nas entrelinhas arranjar espaço; quer no corredor quando para lá deambulava; quer quando recuava para pegar no jogo sendo que tudo isto foi agravado pela incapacidade da equipa gerar linhas de passe para progressão. Tudo isto explica a fraca produção ofensiva de Léo Messi num jogo em que mas uma vez a equipa o «atraiçoou», demonstrando a falta de capacidade de Bauza (treinador limitado e atrasado).
























O Brasil, por outro lado, encontrou uma Argentina que defende individualmente e que apostou permanentemente em duelos individuais, uma equipa que evidenciou pouca astúcia no controlo da profundidade, dificuldades em parar uma equipa que se movimenta com alguma liberdade, sobretudo por Coutinho. Gabriel Jesus nem teve muita mobilidade para sair da posição porque sempre que o fez – recuando – gerou espaço na última linha (em apoio) tal se verificou constantemente em situações de recuo de Neymar que esteve sempre em duelos com Zabaleta que apesar de ser agressivo e chato na marcação é lento e de fraca aceleração sempre que o craque brasileiro conseguia fugir, o mesmo não se verificou com Coutinho que foi menos constante nesses recuos procurando quase sempre infiltrar-se no espaço entre linhas – pessimamente controlado! – que foi explorado para surgir em zona fácil de finalização frontal para um jogador com o seu nível nas bolas de médias e longas distâncias.
Os argentinos foram sempre pouco capazes na reação à perda, desmontando a última linha com uma facilidade inacreditável – ver golo de Neymar – onde fica evidente a falta de percepção de prioridades e de controlo quer da profundidade quer da largura.
Todo o processo defensivo desta equipa fica dependente de marcações HxH, completamente mal executadas e que deixam claramente jogadores como Zabaleta, Biglia, Mascherano, os DC’s e Más em situações permeáveis contra jogadores do nível de Gabriel Jesus, Neymar, Coutinho, Renato Augusto, sendo de afirmar que o papel de Di Maria e Enzo foi absultamente interessante desse ponto de vista pois tem rigor táctico e são capazes de marcar os DL’s.
Bauza – antiquado, prova que foi uma péssima escolha.







A inteligência...fundamental!



Hoje vou falar-vos de tomada de decisão - processo mais difícil de avaliar para um 'scout' e extremamente complexo para quem joga.

Messi - esse mesmo! - é mais uma vez o exemplo a pegar, pela inteligência.

Um atleta que mede 1,69m, que não tem uma compleição física digna de um super-atleta capaz de ser o melhor do Mundo, tem que ter outras armas e arma que utiliza - para além da enorme capacidade técnica - é a sua inteligência, a perfeita noção de espaço e tempo, a capacidade de percepção o movimento dos adversários em milésimos de segundo que lhe permitem ver os espaços antes de qualquer observador ou qualquer outra pessoa.

É um génio. E tenho como demonstrar isso, através de imagens e da explicação das mesmas (e como bónus ainda tem uma comparação com o outro monstro do futebol mundial).

Saber o que fazer com bola é muito importante, mas vamos centrar-nos nos lances de capital importância num jogo de futebol: os lances de finalização. 

No campeonato da Europa, não aqui mas no meu Facebook lancei a dúvida sobre um lance de Cristiano Ronaldo no jogo com a Croácia que na 2ª bola dá origem ao golo de Portugal, mas tudo se resume a uma má decisão do craque português...logo, logo fui insultado de tudo o possível por ter uma opinião diferente, por olhar para o jogo e analisar com olhos de observador e não com olhos de português. Aqui está o lance:























Agora demonstro-vos lances semelhantes a este mas com Messi como protagonista (e antes que digam que não tem o peso de um jogo de Euro, são imagens de um classíco com o Atlético e da final da Copa del Rey como Ath. Bilbau, mas também de um jogo de liga contra o Málaga):





















Em todas as imagens Messi toma as melhores decisões, quer ao 1º poste, quer ao 2º poste, tudo depende da tal percepção do movimento/posicionamento (tanto táctico como corporal) do GR contrário.

Esta é a diferença porque Messi é estratosférico mesmo quando não está a top fisicamente, porque é o jogador mais inteligente e com uma velocidade de percepção imensa.

Para terminar mostro apenas dois lances de superior qualidade de visão de jogo e tomada de decisão do pequeno génio argentino de 1,69m. São lances que isolam os adversários na cara dos GR's e em que a decisão tomada é superlativa, mais dois exemplos perfeitos da enorme capacidade de Léo:





















Messi pode não ser o melhor jogador do ano (ainda não se sabe), mas é, seguramente, o melhor jogador do Mundo.
Para mim, é o melhor jogador da História. Porque eu acredito que o jogo é dos inteligentes e ele é o mais inteligente!

terça-feira, 1 de novembro de 2016

Curiosidades do Clássico

 OS GOLOS PARA O CLÁSSICO

Marcados Porto x Sofridos Benfica


Marcados Benfica x Sofridos Porto


A faltar realizar um jogo a cada uma, (Benfica x Dinamo Kiev e Porto x Brugge) ambas realizaram - entre Liga NOS e Champions League - 12 jogos.
Benfica -> 24 golos marcados e 9 golos sofridos.
Porto -> 21 golos marcados e 7 golos sofridos.
Desta forma percebemos que o Benfica sofre mais golos na zona «Low Left» e «Low Right» - cerca de 78% dos golos - do que em qualquer outra zona da baliza, sendo que não sofreu qualquer golo na zona central da mesma, destacando-se os cantos superiores com 1 golo cada. No sentido inverso percebemos que o Porto tem, nessas duas áreas mais frágeis do Benfica, as suas zonas preferenciais para marcar, com cerca de 76% de golos. Sendo que 10% dos golos foram na zona mais forte do Benfica - a zona central da baliza, contudo ainda exploram aqueles 11% destinados ao «High Left» com uma procura de 14% (3 golos). Há, portanto, uma grande compatibilidade entre as zonas frágeis do Benfica e as zonas fortes do Porto o que poderá transmitir que os azuis-e-brancos tem uma grande probabilidade de fazer golos.
Por outro lado, o Porto sofre cerca de 86% dos golos nas zonas «Low» da baliza enquanto essa é, precisamente, a zona preferencial dos golos encarnados com cerca de 79% dos golos marcados até então. Sendo que desta forma se percebe que apesar da incidência de remates certeiros para zonas superiores por parte do Benfica - 5 em 24 (21%) essa é uma zona forte de Iker Casillas visto que apenas sofreu, na zona superior, «High Right» para ser mais especifico, 1 golo, tal como o Benfica apenas facturou por uma vez nessa zona, sendo que os restantes 4 golos nas zonas «High» foram em zonas onde Casillas nunca sofreu.
Posto isto, percebemos que também existe uma forte tendência que pode prever que o Benfica vai marcar, com uma enorme probabilidade de ser na procura do espaço inferior.
Conclusão: Ambas demonstram mais fragilidade em bolas baixas em relação a bolas altas, demonstrando que tem tudo para ser um jogo com golos (ambas sofrem mais de 0,5 golos por jogo e marcam mais de 1,75 golos/jogo - o Benfica tem 2 golos por jogo) e que existe uma enorme probabilidade dos golos sofridos serem em zonas baixas da baliza (Luz verde para atacar o espaços inferiores).






















quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Léo MÁGICO

Falar de Messi deveria ser fácil, como é fácil elogiar qualquer pessoa notável na sua actividade, na sua profissão. Por uma simples razão é difícil - já foi mais, confesso... - ser aceite pela maioria quando penso que Léo é o melhor do mundo (da história também, já agora). Mas dizem-me que sou português e que sou anti-patriota por dizê-lo ou atrever-me a pensá-lo, até. Quero lá saber. Nunca quis, hoje quero ainda menos saber disso!

Voltando ao importante e que é o tema deste texto: falar de Messi.

Tem 29 anos, entre montes e montes de recordes que bateu e, por conseguinte, detém, 5 Bolas de Ouro (mais um troféu de Melhor do Mundo dado em exclusivo pela France Football - ganhou no mesmo ano a da FIFA, na altura separados), 2 troféus de Melhor da Europa, 4 UEFA Champions League,... Uma infindável lista de títulos que vem desde muito cedo, tendo sido o Golden Boy do ano.

"Vou contar aos meus netos que treinei Messi. Nunca tinha visto um jogador assim", Guardiola, 2010
























Ontem, num jogo da Liga dos Campeões contra o City do mesmo Pep Guardiola, Messi resolveu. 3 golos, 1 assistência e um penalty ganhou que Neymar desperdiçou. 

Dizem que teve um ano mau, eu digo que é o melhor marcador do ano civil (47 golos) e o melhor assistente (28 assistências) também, valendo, à data, 75 golos e ainda faltam dois meses e meio para o fim do ano. E nem um penalty falhado numa qualquer final vai apagar tudo isto.

Messi tem números estratosféricos mas não é só números. Voltou de lesão e marcou um golo, sem estar a 100% destrói o Manchester City, sem mostrar capacidade de explosão decide pela inteligência.























Já todos ouvimos/lemos aquela brincadeira dos 2 melhores jogadores do Mundo em que o 1º é Messi e o 2º é Messi lesionado, existem também um ditado português que diz que «a brincar dizem-se as verdades» (esta expressão nunca terá feito tanto sentido) e tudo isto tem uma razão de ser mais do que óbvia: Léo é o melhor porque é o mais inteligente e mesmo quando não está a 100% fisicamente é decisivo e só o consegue ser porque pensa mais e pensa melhor, soltando toda a sua genialidade que é expressada pela canhota prodigiosa. 

Todos vimos que não estava a 'top', faltava-lhe velocidade, frescura e até explosão, mas compensou tudo com uma visão de jogo impressionante, com uma capacidade de antecipar que lhe permite um poder de desmarcação superior e uma sublime mestria com a bola nos pés que lhe permite ser decisivo como nenhum outro consegue.

Façam este exercício: tirem a velocidade a qualquer outro jogador do nível (ou próximo...) de Messi e vejam se vale 1/3 do que rende quando está nos níveis físicos desejados. Adianto o resultado: não vale. Mas mesmo Messi a 1/3 do seu nível adequado é um jogador de classe mundial, um craque capaz de decidir um jogo ou um campeonato - lembram-se daquele Barcelona x PSG em que ele lesionado entra na 2º parte e vira o jogo com uma assistência (creio que na época de Tito Vilanova)? Aí está a resposta. Mas se quiserem confirmar, vejam o jogo de ontem.























Vamos ser sinceros, se ele ganha a Copa América, alguém iria questionar o vencedor da Bola de Ouro? Obviamente que não. Não é um penalty que muda a história do que fez (mesmo que a CONMEBOL tenha ido a correr dar o prémio a Alexis que não jogou nem metade do que jogou Messi em toda a prova) nem é a falta de um «Éder» que tem que premiar outro.

Um ano inteiro não são dois jogos. É muito mais do que isso. E os números estão aí, o futebol é desfrutar todas as semanas, é ver o génio em ação e se dúvidas existirem, voltem aquela questão da forma física.


«Cristiano es un atleta. Messi es DIOS. Me quedo con Messi», Koke

«No hay nadie como Messi. Creo que el Balón de Oro deberia llevar su nombre», Ibrahimovic

«Cristiano o Messi? Messi no solo es mejor que Cristiano. Es el mejor de todos los tiempos», Rooney

«Messi disputou a final da Liga dos Campeões com Guardiola, vai jogá-la nesta temporada com Luis Enrique e se um dia for treinado pelo Antônio, voltará a fazê-lo. Este rapaz é diferente de todos os outros jogadores», Mourinho

#Messi6 #MessiBalondOro