quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Organização Ofensiva do San Lorenzo






















Análise ao San Lorenzo no jogo com o Boca Juniors da Primera Division da Argentina, no dia 27-Novembro-2016 visto a partir da transmissão da SPORT TV3 ás 21h:30m hora de Lisboa jogado no Estádio Pedro Bidegaín, em Buenos Aires.


Estruturada em 4-3-3 com um triângulo tripartido (1+1+1) que a movimentação sem bola de Ortigoza muitas vezes aproxima de um 4-2-3-1 (sobretudo na fase inicial da construção). Apostam num jogo curto mas não se pode afirmar que são uma equipa de posse até porque preferem um jogo mais veloz, explorando não raras vezes a profundidade – sobretudo na fase de criação. Jogo rápido e profundo, com «campo grande» e boa utilização dos 3 corredores (apesar de usarem mais o corredor central para construir, utilizam mais o corredor exterior para criar, sendo que é por dentro que são mais fortes sobretudo pela qualidade de visão de jogo e tomada de decisão de Belluschi). Sem problemas em esticar o jogo na frente e apostar num jogo de bolas longas, sobretudo quando são pressionados atrás. Torrinco não tem grande facilidade no jogo com os pés, ambos os DC’s não são jogadores de carater construtivo pelo que tomam decisões simples, Más é mais ofensivo que Díaz pelo que Blanco tem mais facilidade/liberdade em surgir em espaços interiores, apresentando também uma melhor combinação entre DL e EXT no corredor esquerdo. No miolo destaque para a diversificação de papéis: Mussis é o médio mais equilibrador, de cobertura enquanto que Ortigoza é quem está mais destinado a realizar a ligação interior entre a defesa e o ataque+Belluschi. Por outro lado, Fernando Belluschi é muito mais influente no espaço de criação do que propriamente na etapa de construção (Ss MI’s – Belluschi e Ortigoza – tem tendência para cair nos corredores laterais: o 1º em troca posicional com o EXT e o 2º mais quando existe espaço entre setores do adversário e também entre DL e DC)! Caute é mais vertical em relação a Blanco, também por jogar com o pé trocado tem maior tendência para procurar espaço interior e Blandi tem facilidade em atacar as costas, servir como referência na área e, de forma menos constante, conferir e servir de apoio para tabela.



































Na 1º fase de construção é o momento onde utilizam bolas longas, sendo que é por Torrico a maior parte das vezes – quase exclusivamente – procurando o corredor direito (Caute) ou o corredor central (Blandi), sempre para duelos. Os DC’s, como já referido, não são jogadores de grande potencial técnico nem de perfil construtivo pelo que acabam quase sempre por tomar decisões simples e de risco baixo. Ortigoza é quase sempre a referência na criação de linhas de passe e na recepção, caindo na 1ª linha quando não encontra espaço entre setores para receber, sendo que também procuram os DL’s e Mussis – menos vezes este – e pressionados entregam em Torrico. Esta fase melhora claramente com  a inclusão de Ortigoza na 1ª linha ou quando consegue encontrar espaço para receber.






















Na 2ª fase em espaço interior, mais uma vez Ortigoza assume-se como protagonista com bola e procuram formar várias linhas de passe dentro e fora, sendo que o movimento interior dos EXT’s (sobretudo Blanco) mas também de Blandi/Belluschi entre linhas merecem uma chamada de atenção mas também a progressão dos DL’s que diria é a decisão mais tomada (também podem variar largo para um corredor onde está um jogador aberto – não necessariamente o DL). Mussis é menos influente nesta fase mas tem alguma qualidade, arriscando menos que Ortigoza também não complica e procura entregar de forma simples quer no companheiro mais próximo de miolo (Ortigoza) quer procurando os corredores laterais (DL’s + EXT’s). 






















No espaço exterior os DL’s projetam em condução quando podem – ver 2ª imagem – tanto por dentro como por fora existindo sempre linhas de passe tanto dentro como fora – se tiver procurado o espaço interior. Boa ocupação do espaço intersectorial – nos vários setores. Destaque para o posicionamento exterior dos EXT’s que convidam o DL a ligar por fora ou a procurar conduzir para dentro, mas também para o posicionamento interior dos EXT’s que convida a uma ligação entrelinhas ou uma condução exterior. Atenção a cruzamentos de zonas atrasadas e aos consequentes movimentos à profundidade.























Na fase de criação por dentro – momento de melhor capacidade decisional – colocam dois apoios à largura + profundidade com Blandi sempre em espaço frontal (pode romper ou dar apoio de costas para a baliza). Optam quase sempre por provocar os jogadores mais abertos (como no lance do golo, 2ª imagem). Muito perigosos a colocar no espaço e a rematar ao 2º poste em efeito. Procuram profundidade e podem colocar mais um jogador também a criar rutura.






















Por fora não são tão fortes, procurando especialmente a zona do AC, não existindo um padrão comportamental bem definido sugerem uma ocupação numerosa mas nem sempre racional, destacando a agressividade que colocam nos movimentos e a acutilância com que atacam o espaço entre DEF e GR sobretudo explorando bem o 2º poste (Blandi tem tendência para cair lá). 

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