segunda-feira, 28 de março de 2016

As épocas e as «filosofias de jogo»

No decurso deste final de semana, e após o falecimento de Johan Cruijjf - esse mágico holandês-mundial que «reiventou» o futebol -, enquanto percorria o «feed» da minha conta de Instagram, algures apareceu esta declaração de Dani Alves:
"Não é o mesmo conceito, nem filosofia de jogo, nós temos que nos adaptar a outro perfil de jogo e estilo. Se as pessoas querem nos ver jogar como no Barcelona, que olhem os jogos do Barça. Aqui, não conseguimos, não temos a mesma filosofia e é complicado porque estamos acostumados a outras características"

Contudo, o que me fez escrever sobre isto não foi necessariamente o que escreveu o lateral direito do Barça e do Escrete, mas sim o número - absurdo - de gente que disse que a filosofia de jogo do Brasil estava ultrapassada.

Ora, se algo que a vida nos ensinou pela mão de Lavoisier foi que "Na Natureza nada se cria, nada se perdetudo se transforma" acrescento, como no futebol.
Da mesma que forma que isto é uma afirmação universal veja-se como adaptado ao futebol é amplo: o estilo de jogo do Barcelona é antagónico ao estilo de jogo do Leicester, e ambos vão na frente dos seus campeonatos. Assim sendo não há filosofias de jogo ultrapassadas, nem existe falta de qualidade na filosofia de jogo.

Mou e Pep são completamente antagónicos: um pensa o futebol partindo do momento em que tem a bola, ou outro, como estratega, pensa o jogo na forma como vai aproveitar as fragilidades do adversário.

Os dois exemplos na imagem, demonstram que não há apenas uma filosofia de jogo que vence.

Chegados a este ponto cabe-me a mim, como autor deste artigo, «separar as águas», entre o genérico - as filosofias de jogo ultrapassadas -, e o particular - o caso do Brasil.

O importante na «filosofia», não é a ideia em si. Uma equipa tanto pode ganhar apostando num jogo mais directo ou mais em posse de bola, mas sim a «operacionalização» daquilo que é o «modelo de jogo» definido pelo treinador. E neste caso, as ideias, parte-se do princípio, que são sempre boas e com vista aos resultados e à segurança. Este processo pode falhar por várias razões, sobretudo deve-se:
1) Mau treino/treinador;
2) Superioridade do adversário - por melhor aplicação da ideia de jogo;

No caso do Brasil aqui ficam dois textos importantes para ler (escritos em 2014 aquando do final do Mundial e da escolha de Dunga):
https://www.facebook.com/futebolforum/photos/a.462343950549434.1073741830.151463548304144/595612433889251/?type=3&theater
https://www.facebook.com/futebolforum/photos/pb.151463548304144.-2207520000.1459197509./602446799872481/?type=3&theater


Após a leitura de ambos os artigos, percebe-se que eles se tocam:
- Na falta de qualidade na metodologia e nos métodos de treino, sobretudo pela fraca evolução do treino no Brasil e através disso o adversário consegue impor-se, porque treina melhor e portanto joga melhor.

No fundo, não é a ideia que é má. É apenas diferente de clube para clube, de selecção para selecção. O que está mal é a forma como se operacionaliza essa ideia.





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