sábado, 19 de março de 2016

1 ANO DEPOIS...E TÃO ACTUAL

É POSSÍVEL MEDIR A IMPORTÂNCIA DE UM JOGADOR NO JOGO ATRAVÉS DAS ACÇÕES INDIRECTAS?

As 3 imagens são de recuo temporal obrigatório. 2011, final do Mundial de Clubes: Barcelona 4x0 Santos (de Neymar)
Esta reflexão surgiu-me ontem, especificamente a ver Messi jogar. Mais do que decidir com a bola nos pés é mexer com o adversário. A decisão mais difícil no futebol não é a técnica, é sim a psicológica e como a presença de um determinado jogador, um determinado movimento pode influenciar todo um processo defensivo global.
O Barcelona atacou obedecendo sempre a um padrão de criação, quando o faz por fora: lateral largo, sempre 3 a 4 a virem por dentro e a tentarem colocar-se em zona para finalizar.
A defesa santista, organizada, curta e com pouco espaço nas 2 primeiras imagens onde, por ordem cronológica, surgem Fábregas e Iniesta em local habitualmente ocupado por Messi, sendo que o craque argentino está recuado territorialmente o que obrigar o sector intermédio santista a ter um comportamento de encurtamento mais activo e mais agressivo sobre o espaço e o argentino (médio a marcar HxH 2ª imagem), tal como a linha defensiva que aparece coordenada, ora com 3 ora com 4 jogadores mas a ter capacidade para tapar a entrada nos avançados.
Saltando das 2 primeiras imagens para a 3ª percebemos que há semelhanças no modo de atacar do Barça: Alves largo e profundo no terreno, com 3 por dentro: Thiago ao 2º poste, um médio a com chegada e um elemento dentro da área próximo da linha defensiva. O que difere? Messi deixa de estar recuado e passa a incorporar o posicionamento dentro da área (aquele que era suposto ser efectuado pelo avançado centro), é Xavi quem vem de trás para dar linha de passe atrasado, o comportamento de marcação individual da defesa santista (creio que de Edu Dracena sobre Messi) + a horrível recuperação e acção de encurtamento do sector intermédio do Santos levou a que existisse espaço para Xavi entrar. Tudo isto porque Messi em vez de se 'dar' à marcação dos médios, procurou entrar na sua zona, 'relaxou' os médios em tarefas de marcação e libertou espaço porque conseguiu aumentar o espaço entre sectores procurando atacar o espaço com agressividade. A principal diferença: as duas primeiras não deram golo. A 3ª deu...Xavi Hernández, a surgir nas costas de Messi.
A influência de Messi no lance está, acima de tudo, na capacidade de mexer com a organização táctica e psicológica do adversário, que por medo ou por indicação 'larga' o bom trabalho que estava a fazer, trabalho esse coordenado, e assume um papel errado que proporcionou aquilo que o Barcelona cria com o seu ataque padronizado: espaço na zona central da grande área para finalizar. Messi tem, não só capacidade para desequilibrar com bola (tecnicamente) como tacticamente afectando claramente a acção dos seus adversários e promovendo maior qualidade de jogo ao seu colectivo, mesmo quando não toca na bola.
Portanto e concluíndo, sim, é obvio que os jogadores podem ter influência indirecta no lance (ou seja, não contribuirem com um passe ou finalização) mas nem por isso o seu papel deixa de ser fundamental na criação/elaboração desse mesmo lance. E quando houver dúvida: vejam estas imagens.
(Imagens: Esporte Espectacular)
































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