quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Goiás 0 vs 1 Cruzeiro

ANÁLISE DE JOGO
TAMBÉM PODE SER VISTO EM: http://www.soycruzeirense.com/#!OLHAR-TÁTICO-DE-FRANCISCO-COSTA/c2498/563296e40cf2ce5bf43378fc
Jogo: Goiás 0 vs 1 Cruzeiro (+4) – Arrascaeta (51’)
Ao intervalo: Goiás 0 vs 0 Cruzeiro (+2)
Competição: Serie A - Brasileirão
Estádio: Serra Dourada                Cidade: Goiânia               Data: 25-Outubro-2015
Bola: Nike Ordem                           Tempo: Seco                     Tipo: Vídeo

Análise: O Goiás entrava com uma estruturação de 4-2-3-1 contou com um muito activo Bruno Henrique, principal foco de perigo da equipa verde. Enquanto o Cruzeiro se perfilava num aparente 4-3-3 que na realidade se aproximava de um 4-4-2 com o permanente desvio de Arrascaeta para a posição de segundo-avançado nas costas de Willian, cabendo a Willians dar largura no corredor direito.
O Goiás apresentou-se em jogo com um bloco mais recuado iniciando a pressão no seu meio-campo o que facilitava a circulação por trás da equipa de Mano Menezes, não expondo as debilidades de construção de ambos os DC’s e sobretudo de uma estrutura ofensiva pouco precisa e muito anárquica. A falta de critério na construção desde trás era atenuada pela falta de pressão do Goiás sobre a 1ª linha, sendo mais visível quando os da casa subiam as suas linhas e procuravam pressionar mais alto: fraco jogo posicional cruzeirense, desde logo pela enorme anarquia táctica ofensiva personificada pela falta de apoio ao portador da bola e ao excesso de amplitude em termos de posicionamento. Perante este cenário o portador teria que improvisar uma solução menos fiável e que impunha maior risco: ou uma saída através do drible ou através de um ‘chutão’ para a frente – também utilizado em momentos de transição ofensiva (a ver mais para baixo). O excesso de presença nos espaços interiores e exterior esquerdo retirava ocupação e aproveitamento ao corredor direito que ficava entregue aos movimentos de Ceará e/ou de Willians (mais disfarçado no 2º tempo quando Mano encaixou mais Arrascaeta desse lado) o que conduzia a falta de critério decisional mas também de criatividade. Por um lado, se a equipa de Danny Sérgio permitia um jogo mais curto, entre linhas ao Cruzeiro, os de Belo Horizonte não aproveitavam e procuravam grande verticalidade com grande aposta na profundidade através das rupturas de Willian, Marcos ou Arrascaeta, contando também com as subidas no corredor sobretudo de Fabrício (como é possível verificar na imagem 3 o Goiás encurta com facilidade as linhas na fase de finalização do adversário). Se o Goiás, como já referido, apostou em defender mais baixo, o Cruzeiro, não pressionando alto, procurou sempre assumir uma ‘zona’ de pressão mais subida que a do seu adversário, fixados num ‘campo pequeno’ – fechados na largura – mas expondo falta de controlo intersectorial (espaço entre linha média e defensiva) que nunca foi aproveitada por uma equipa excessivamente precipitada. Apesar deste erro de controlo espacial intersectorial, a equipa azul apresentou uma interessante coordenação da linha defensiva (visível nas imagens 2 e 4). Linha essa que também apresenta um bom controlo da profundidade (encurtam largura + retiram profundidade recuando no terreno) – especialmente pelos DC’s – quando o Goiás procura, em transição ofensiva, o espaço interior. Quando menos expostos também reagem de forma pressionante sobre o portador, deu sempre para controlar o ímpeto inicial do Goiás. Em termos de transição ofensiva, a equipa revela pouca capacidade quando é obrigada a sair pelos DEF’s ou pelos MED’s – pouco critério, muito precipitados; normalmente optam por um ‘chutão’ para a frente retirando o perigo da sua zona -, enquanto que com Willian + Arrascaeta + Marcos o momento é de bom aproveitamento – verificado, por exemplo, no lance do golo ( análise na imagem 6).
Nos últimos momentos, o espaço intersectorial referido atrás, verificado durante grande parte do jogo, foi substituído por uma grande coesão defensiva cruzeirense (bloco mais curto, mais apoios defensivos, menos capacidade ofensiva) enquanto o Goiás subia as suas linhas, aumentando a agressividade colocando mais elementos no último terço.


Imagem 1: Colocação de 4 jogadores entre sectores, das poucas vezes em que se verificou – deveria ter sido mais regular, como é possível verificar existe espaço! Também a falta de apoio na largura no lado direito (Willians que assumiria esse papel não tem esse perfil e libertou espaço exterior para a subida de Ceará).


Imagem 2: Na 1ª das 2 imagens percebemos o espaço que existe entre linhas que dificulta o equilíbrio/compensação quando o DC saí na dobra ao lateral. (Nota: Paulo André exposto no espaço central – possibilidade de situação de 1x1 ou 2x1). A ressalvar o ‘campo pequeno’ na largura (proximidade intrasectorial) e alguma coordenação da última linha.                                           




Imagem 3: Posicionamento anárquico na abordagem a cruzamentos. A falta de ‘respeito’ por uma organização por ‘zonas definidas’ (marcadas a azul) dificulta a acção do portador (que vai cruzar) e torna abordagem dos avançados que se perfilam para finalizar mais complexa pelo elevado grau de imprevisibilidade.


Imagem 4: Pontos importantes: 1) Boa orientação da linha defensiva – próximos, alinhados (pelo DL do lado da bola) e focados na bola; 2) Terrível encurtamento dos MED’s – libertam espaço intersectorial (nas imagens 2 soltos no coração – perigo se existisse um cruzamento atrasado).




Imagem 5: Posicionamento-padrão em organização defensiva. 4-4-2 com Willians sobre a direita + Marcos sobre a esquerda, Arrascaeta e Willian posicionados no espaço central. 1) Equipa curta na largura, mais foco na bola e no portador (aspecto positivo); 2) Muito espaçados sectorialmente, com grande cratera entre última e penúltima linha (aspecto negativo).


Imagem 6: Início de transição por Marcos que conduz para espaço interior, Willian + Arrascaeta abrem para dar linha de passe profunda. Procura de Willian que, em diagonal curta, remata forte, defesa para o ar e incompleta de Renan, enquanto Arrascaeta já focado para dentro ataca de forma agressiva a bola.





Imagem 7: A anarquia posicional ofensiva (diferente da liberdade posicional) retira, várias vezes, capacidade de sair apoiado, sobretudo quando o adversário era mais agressivo e estava mais subido (falta de linhas de passe obrigatórias: à largura).



Imagem 8: Mapa de passes realizado por Willian que comprova não só a capacidade que ele demonstra para se ligar ao jogo como também o enorme espaço que cobre e o quanto trabalha para a equipa. A par de Fábio uma das duas figuras


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