ANÁLISE DE JOGO
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Jogo:
Goiás 0 vs 1 Cruzeiro (+4) – Arrascaeta (51’)
Ao intervalo:
Goiás 0 vs 0 Cruzeiro (+2)
Competição:
Serie A - Brasileirão
Estádio:
Serra Dourada Cidade:
Goiânia Data: 25-Outubro-2015
Bola: Nike
Ordem Tempo: Seco Tipo: Vídeo
Análise: O
Goiás entrava com uma estruturação de 4-2-3-1 contou com um muito activo Bruno
Henrique, principal foco de perigo da equipa verde. Enquanto o Cruzeiro se
perfilava num aparente 4-3-3 que na realidade se aproximava de um 4-4-2 com o
permanente desvio de Arrascaeta para a posição de segundo-avançado nas costas
de Willian, cabendo a Willians dar largura no corredor direito.
O Goiás apresentou-se em jogo com um bloco mais recuado
iniciando a pressão no seu meio-campo o que facilitava a circulação por trás da
equipa de Mano Menezes, não expondo as debilidades de construção de ambos os
DC’s e sobretudo de uma estrutura ofensiva pouco precisa e muito anárquica. A
falta de critério na construção desde trás era atenuada pela falta de pressão
do Goiás sobre a 1ª linha, sendo mais visível quando os da casa subiam as suas
linhas e procuravam pressionar mais alto: fraco jogo posicional cruzeirense,
desde logo pela enorme anarquia táctica ofensiva personificada pela falta de
apoio ao portador da bola e ao excesso de amplitude em termos de
posicionamento. Perante este cenário o portador teria que improvisar uma
solução menos fiável e que impunha maior risco: ou uma saída através do drible
ou através de um ‘chutão’ para a frente – também utilizado em momentos de
transição ofensiva (a ver mais para baixo). O excesso de presença nos espaços
interiores e exterior esquerdo retirava ocupação e aproveitamento ao corredor
direito que ficava entregue aos movimentos de Ceará e/ou de Willians (mais
disfarçado no 2º tempo quando Mano encaixou mais Arrascaeta desse lado) o que
conduzia a falta de critério decisional mas também de criatividade. Por um
lado, se a equipa de Danny Sérgio permitia um jogo mais curto, entre linhas ao
Cruzeiro, os de Belo Horizonte não aproveitavam e procuravam grande
verticalidade com grande aposta na profundidade através das rupturas de
Willian, Marcos ou Arrascaeta, contando também com as subidas no corredor
sobretudo de Fabrício (como é possível verificar na imagem 3 o Goiás encurta
com facilidade as linhas na fase de finalização do adversário). Se o Goiás,
como já referido, apostou em defender mais baixo, o Cruzeiro, não pressionando
alto, procurou sempre assumir uma ‘zona’ de pressão mais subida que a do seu
adversário, fixados num ‘campo pequeno’ – fechados na largura – mas expondo
falta de controlo intersectorial (espaço entre linha média e defensiva) que
nunca foi aproveitada por uma equipa excessivamente precipitada. Apesar deste
erro de controlo espacial intersectorial, a equipa azul apresentou uma interessante
coordenação da linha defensiva (visível nas imagens 2 e 4). Linha essa que
também apresenta um bom controlo da profundidade (encurtam largura + retiram
profundidade recuando no terreno) – especialmente pelos DC’s – quando o Goiás
procura, em transição ofensiva, o espaço interior. Quando menos expostos também
reagem de forma pressionante sobre o portador, deu sempre para controlar o
ímpeto inicial do Goiás. Em termos de transição ofensiva, a equipa revela pouca
capacidade quando é obrigada a sair pelos DEF’s ou pelos MED’s – pouco
critério, muito precipitados; normalmente optam por um ‘chutão’ para a frente
retirando o perigo da sua zona -, enquanto que com Willian + Arrascaeta +
Marcos o momento é de bom aproveitamento – verificado, por exemplo, no lance do
golo ( análise na imagem 6).
Nos últimos momentos, o espaço intersectorial referido
atrás, verificado durante grande parte do jogo, foi substituído por uma grande
coesão defensiva cruzeirense (bloco mais curto, mais apoios defensivos, menos
capacidade ofensiva) enquanto o Goiás subia as suas linhas, aumentando a
agressividade colocando mais elementos no último terço.
Imagem 2: Na 1ª das 2
imagens percebemos o espaço que existe entre linhas que dificulta o
equilíbrio/compensação quando o DC saí na dobra ao lateral. (Nota: Paulo André
exposto no espaço central – possibilidade de situação de 1x1 ou 2x1). A
ressalvar o ‘campo pequeno’ na largura (proximidade intrasectorial) e alguma coordenação
da última linha.
Imagem 3: Posicionamento
anárquico na abordagem a cruzamentos. A falta de ‘respeito’ por uma organização
por ‘zonas definidas’ (marcadas a azul) dificulta a acção do portador (que vai
cruzar) e torna abordagem dos avançados que se perfilam para finalizar mais
complexa pelo elevado grau de imprevisibilidade.
Imagem 4: Pontos
importantes: 1) Boa orientação da linha defensiva – próximos, alinhados (pelo
DL do lado da bola) e focados na bola; 2) Terrível encurtamento dos MED’s –
libertam espaço intersectorial (nas imagens 2 soltos no coração – perigo se
existisse um cruzamento atrasado).
Imagem 5:
Posicionamento-padrão em organização defensiva. 4-4-2 com Willians sobre a
direita + Marcos sobre a esquerda, Arrascaeta e Willian posicionados no espaço
central. 1) Equipa curta na largura, mais foco na bola e no portador (aspecto
positivo); 2) Muito espaçados sectorialmente, com grande cratera entre última e
penúltima linha (aspecto negativo).
Imagem 6: Início de
transição por Marcos que conduz para espaço interior, Willian + Arrascaeta
abrem para dar linha de passe profunda. Procura de Willian que, em diagonal
curta, remata forte, defesa para o ar e incompleta de Renan, enquanto
Arrascaeta já focado para dentro ataca de forma agressiva a bola.
Imagem 8: Mapa de passes realizado por Willian que comprova não só a capacidade que ele demonstra para se ligar ao jogo como também o enorme espaço que cobre e o quanto trabalha para a equipa. A par de Fábio uma das duas figuras
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