Amanhã quando o Porto entrar no Telia Parken, em Copenhaga,
enfrentará o seu maior rival na qualificação para a fase seguinte da Champions
e em caso de vitória garantirá o apuramento e levará para o Dragão a decisão da
liderança do grupo como o campeão inglês Leicester. Ganhar na Dinamarca
significa ultrapassar o momento mais conturbado da época, após a eliminação da
Taça e aquele golo de Lisandro na última jornada da Liga.
A FIGURA DO COPENHAGA
Thomas
Delaney, médio-centro, camisola 8 e capitão de equipa, já tem contrato assinado
com o Werder Bremen da Alemanha. Apesar de estar enquadrado numa equipa que privilegia
o jogo exterior – como veremos mais à frente – é ele a figura maior
da equipa. Dinamarquês de 1,82m e 25 anos, já por 14 vezes internacional AA
pelo seu país, revela um enorme sentido coletivo, uma excelente capacidade para
reagir à perda da bola – peça-chave neste momento do jogo -, grande sentido
posicional e rigor táctico que alia a uma excelente capacidade de passe (curto
e médio), a uma enorme astúcia nos movimentos sem bola e sobretudo a um
excelente critério decisional onde também impõe uma forte – no sentido qualitativo
– meia-distância. Absolutamente preponderante na manobra ofensiva, tem 25 jogos
esta época, 8 golos e 4 assistências.
COMO ATACAM
Estruturados
num 4-4-2 pouco dado a trocas posicionais e de grande preponderância do jogo
exterior, não são muito dados a bolas longas na 1ª fase optando quase sempre
por um jogo lateralizado, desde logo com grande orientação para os LAT’s e para
os ML’s – que também auxiliam na criação de jogo interior procurando movimentos
interessantes entre linhas, juntamente com Delaney. Optam quase sempre por
manter esse jogo exterior até ao fim, rápidos e acutilantes por fora, são muito
fortes no jogo para cruzamentos destacando-se a enorme capacidade no surgimento
de um dos AC’s ao 2º poste mas também nos movimentos de rutura que o ML do lado
da bola executa no espaço entre DC e DL. De alertar para a importância de
condicionar as segundas-bolas e os lances de meia-distância. Apresentam um
paupérrimo jogo posicional sobretudo quando se aproximam da área rival, onde
são muitas vezes apanhados descompensados. Nos momentos de transição é quando
jogam de forma mais nórdica, apostando sem problemas em «long balls» para o
espaço onde Cornelius – sobretudo – é absolutamente agressivo e rápido. São
altamente objectivos procurando atacar de imediato.
COMO DEFENDEM
Estruturados num 4-4-2 tradicional de forte compactação
defensiva verticalmente mas por vezes amplo horizontalmente fruto de alguma
tendência dos DL’s – sobretudo – em vigiar mais de perto o movimento dos ML’s
contrários. Defendem zonalmente com grande aplicação por parte dos ML’s –
preponderantes a fechar por dentro a 2ª linha (!) – e também dos AC’s quase
sempre próximos da linha média auxiliando no processo de construção a fechar o
espaço interior tentando cortar as linhas de passe para o(s) médio(s). Destacar
a tendência para marcar individualmente o AC nos lances de cruzamento e a descoordenação
da última linha na fase de criação por dentro – procuram quase sempre ter a
última linha «alinhada». Nos momentos de reação à perda, destacar o importante
papel dos médios, sobretudo Delaney no encurtamento mas, sobretudo, a
dificuldade que uma recuperação em zonas recuadas aporta fruto do jogo
posicional paupérrimo acima referido, expondo muitas vezes 2 a 3 elementos,
sendo que com Kvist ele auxilia no «pressing» mas depois de ultrapassado é uma
auto-estrada, ainda que tenham nos DL’s e em Delaney facilidade de recuperação
posicional.
BOLAS PARADAS
Ofensivamente
destacam-se os lances laterais onde revelam uma maior tendência na procura do
espaço central e do 2º poste nos cantos – zona onde devem «cair» os avançados –
e na procura do 1º poste nos livres laterais. Especial atenção a Augustinsson e
Ankersen nos livres diretos. Defensivamente, destacar as marcações mistas nos
cantos com predominância individual destacando-se a zona do 2º poste, sendo que
os elementos zonais estão encarregues de atacar a bola e os individuais são
altamente agressivos e «focados» nos duelos, sendo que nem um canto curto lhes
retira o foco – sobem os zonais, as marcações individuais mantém-se até ao
final da jogada.
*Relatório de observação do Copenhaga x Leicester para ver na íntegra em: http://wicoach.net/?st=reviews&id=136
*Relatório de observação do Copenhaga x Leicester para ver na íntegra em: http://wicoach.net/?st=reviews&id=136